No último dia 14 de setembro, a delegada Ana Paula Barbosa foi impedida de entrar em uma unidade das Lojas Zara, localizada em Fortaleza. Na ocasião, a delegada não identificou imediatamente o fator racial da abordagem, mas depois registrou queixa.
Segundo a loja, a delegada havia sido barrada porque não estava fazendo o uso adequado da máscara, porque estava tomando sorvete. No entanto, uma grave descoberta feita pelas investigações coloca a Loja em uma situação delicada.
A loja se recusou a entregar voluntariamente as imagens do circuito de segurança, então a polícia conseguiu, após decisão da Justiça, um mandado de busca e apreensão. As imagens são comprometedoras, segundo comunicado das autoridades.
No mesmo dia 14 de setembro, quando a delegada negra foi barrada, outros clientes transitaram livremente no interior do estabelecimento mesmo sem usar máscara. Esses clientes, vistos nas imagens, eram brancos.
As imagens rebatem o argumento da loja, que alegou não ter havido discriminação racial, mas apenas o cumprimento dos decretos sanitários. Isto é, se o problema era a máscara, por que clientes brancos transitaram na loja sem o uso do equipamento?
As informações são retiradas do inquérito policial, que concluiu ter havido crime de racismo, praticado pelo gerente da loja, de 32 anos, “por recusar, impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador“.
A Zara, por sua vez, emitiu novo comunicado afirmando que vai colaborar “com as autoridades para esclarecer que a atuação da loja durante a pandemia Covid-19” e que “rechaça qualquer forma de racismo, que deve ser combatido com a máxima seriedade em todos os aspectos“.
Via: g1.globo.com