O caso de racismo envolvendo a loja Zara, em Fortaleza, e uma delegada negra da polícia civil, parece não ter fim. O caso aconteceu em 14 de setembro, quando a delegada Ana Paula Barbosa foi impedida de entrar na loja supostamente porque tomava sorvete e, por isso, não usava a máscara de proteção contra a covid-19 de maneira adequada.
Pelo menos, essa foi a alegação da Loja. O que o inquérito policial mostrou, por outro lado, é que outros clientes sem máscara, ou com uso inadequado da mesma, mas de pele branca, transitaram livremente no interior da loja naquele mesmo dia.
Ontem (19), o Delegado-Geral da Polícia Civil do Ceará, Sérgio Pereira dos Santos, fez uma revelação ainda mais desconcertante sobre a loja. Segundo o Delegado, a loja tinha um sistema sonoro codificado para indicar a presença de “clientes suspeitos”.
A descoberta é fruto do inquérito policial aberto para investigar o caso da delegada, mas pode acabar ganhando outras repercussões. A polícia ouviu ex-funcionários da loja e, pelo menos uma ex-colaboradora, confirmou o sistema sonoro.
Segundo o Delegado, a testemunha afirmou que “a loja, quando identificava que uma pessoa estava fora do padrão de cliente e estava ingressando naquele estabelecimento, era dito no sistema de som a frase ‘Zara zerou’“.
A partir deste momento, segundo as investigações, os funcionários deveriam monitorar a movimentação do “cliente suspeito” que, ainda segundo as investigações, costumava ser pessoas em roupas mais simples e pele escura.
Via: g1.globo.com